quarta-feira, 30 de junho de 2010

eSpeLhOeScUrOSoZiNhOeOvAgAbUnDo



Dor não me verá mais, nas ruas escuras e nas sombras soturnas. Digo que passarei transparente entre os olhos e me embriagarei em meus pensamentos para poder fechá-los. Dor, não me verá mais...

Queres ser forte como o carrasco?

Podereis não contrair tal asneira e ainda sim poderia me responder, aquilo antigo que enterrei. Porque não me diz, que eu sempre te amei...

Corredor de luz aproxima a tua face. Próximo percebo os traços, fonte de tudo.

Manipula o mundo
Tarde
Sofro
Choro
Um abraço
Prolonga-me um curta
Vejo
Percebo
Mundo
Fundo
Altos
Falsos
Baixos
Putos

Tantas horas se passam e você não me abraça. Gargalhas da graça, no entanto não falhas, pelas covas curtas e o dobrar da coluna. Não permeias não falas, não permite mais notas. Neste canto escuro do quarto. Se parto com dor e continuo querendo os retalhos do quarto e tanto outros desejos. Não se canta e nem se fala de tantos atropelos. É de graça. Que eu falo de tantos apetrechos. Cortam o dente e agora não falas, que cova mais estreita, parece as minhas costas. Quanto mais devaneio, não choras não falas. Tanto desespero pela morte do dia e me tornei prisioneiro desta noite vazia.

Quem retrata teu espelho, para mim sempre chora. Diante do teu espelho, que me denota e apavora. Passos rápidos entre ruas e agora não é mais tua. Um espectro da lembrança. O que seria senão carregar tanta energia em tua pluma. Agora eu te vejo sempre. Na verdade gostaria de transformar os teus desejos. Noite eu te vejo com o corpo vazio e agora que me quebras, troco de nome para sempre no canto escuro que te vejo. Quarto tranca a minha mágoa e você que não existe.


Se for mais alheio este vazio. É sempre onde se esconde o canto. Abutre sombrio. Porque não olhas porque não amas. O legado do escravo. Vassalo imundo. É de tanto desespero que me torno um vagabundo. Ando doente e você que me embriaga, me deixas trancado para poder perceber. Se te rasgo e você que tratas julgando não importar. Querer te perder e viver. Agora me retratas. Quando imagino minha menina, eu vejo o que ela não é. Eu lhe vejo diferente, distante deste canto. Imagino sem a falta, sem a vontade de querer e agora que me deito. Sonho.

Quantas formas me tocam e agora tem sempre um canto que retorce o que vejo, e são tantos vagabundos e não choras. Porque me escreves e agora não segues. Tantas mortes nos demonstram o querer te entornar e o mastro do espelho, que espelho denota? Esconde na loucura o eterno desespero. Prezam-se vidas e um pouco de zelo e agora não vive o eterno letreiro. Para tanto deixo, enormes palavras brilhantes e cores de enterro. Que promessas vazias, que noites desespero.

Passa tempo, tempo passa e não ficam esperando o amor da sua graça e a esperança que rasga e a última gota de lucidez me deixa correndo pela praça. Então eu te digo: Cadê a graça de ser menino e continuar atirando flechas de cupido. Sem letreiros, nem espelhos, apenas um canto. Como posso continuar e você querer novamente viver e o amor que transforma. Só transforma você. Para na rua e não anda. Corro. Sempre falam em você. Meu amigo me derrota e a prisão não se abre; Ela cospe, soca de graça as tuas costas e gosta, não retratas a lembrança distorcida do grupo. Caminhas comigo!

Tanta dor que não sangra. Espanta o corpo e a luz quem me dera ser uma torre e brilhar sobre as rochas. Pedras que se tocam e agora me devoras. Sempre se houve não entendo o comportamento. Quem será tua companheira esta flor de espinhos. Quem será o teu reflexo? Um reflexo de menino. Julgo sujo e distancio que seria mais prudente se pudesse escolher de tanto desespero. Agora só se vê você. Campos infernais se atraem e formam soldados e milícias do horror. Quem se apavora mais? A morte ou o diabo que choca. Quem me dera ser e participar agora. Não se gruda à transparência. Julga o eterno reboliço com a vaga lembrança do feitiço.

Quem procura não encontras. Forma em construção e agora não temas. Os abutres aqui não demoram!

Decadentes
Fachadas
Letreiros
Dourados
E a mão
Suja
Formando prisões sem você
O teu filho reclama e o filme continua

Xingam
Apedrejam
Repetem as palavras
Quem diria a quem não se escolhe
Zombarem inflamando

Como poderia saber se um erro não é perdoado. Quem seria o tempo razão da razão não falha. Seria um filho abandonado e a família lhe matando. Corre, corre vagabundo!

Para agrupar a destruição, famílias se formam. Marcham em frente dos caminhos desta cerca que se mostra. Quem seria passarinho? Vagabundo!

Passageiros nos teus mastros irradiam tudo na imagem discutida do vento. Tanto chão que percorro e os verdes panos em flores e os amores que sonhamos louvores. Quem nada tem, possui fome de viver, quando se sente mal. Prefere correr para não perder cortes no orçamento. Vaidade do espelho. Outra hora queria saber. Por que escrever desvairadamente sem ao menos criá-los cruz. Cru o feto vinga tanto mais...

Conta quantos metros e quilos se amontoam poeiras. Formam pilhas de tamanha grandeza. Porque não? Mostra a prova de tudo. Como não vê-lo!

Preciso de tempo. Tempo tudo. Letreiro do só. Guerreiro no combate pleno. Ampulheta de ouro.


Promessa
Para
Ser
O
Sempre
De
Tudo
Preciso ir ao encontro.

O sozinho me contou duas formas de refletir sobre o mundo. Fora do centro o carrasco não segura. Diante de tantos dilemas absurdos. Corro. O sozinho que contava agora se cala. Foi para sempre na estrada seguir. Deixou suas coisas, malas, dinheiro. Como se fosse nu. Desprende de tudo. Esquece matéria. Família, estrutura. Reflete mais e quando se sustenta. Puxam sua muleta e os apoios que nunca teve. Agora que corre, caminha pela roda. Mataram sua vida e Afrodite foi embora. Sozinho se cala e diz que não fala mais. Quem diria quem se foi. O tempo que se passa. Tantas horas e o círculo que repete. Contorcem planos, tanto as vidas, fugas. Corre do carrasco. Sozinho agora fala. Pensou em silenciar para conhecer cavernas. Pensou em se calar para sempre. Tantas formas febris. Sinto o fruto. Sozinho chora. Pensando em ti sempre. Melancolia dizia ser o nome dela, mas corre sempre contra a estrada. O lado nunca o acerta. Quem foi que diz que quando cresce não se torna mais belo, a forma do concreto. Agora não prendo e o tempo deixa livre. Desaparecem amores, desaparecem amigos. O tempo ampulheta não sente, não chora. Não é humano, mas sempre volta. Volta com a aurora.

O tempo não é matéria e, no entanto, agora fala para sempre um tormento. Mas se não fosse ele. Não seria mais horas e traço que retratas, me lembra sempre aurora. O que é o amor quando se fala e se pergunta, seria um eterno legado. Fruto do ilusório, fruto do acaso. Seria forma disforme do meu desejo. O que é mais bonito que um espelho? O louco ama? O que seria o amor fruto do destrato, peça única, confronto do acaso.

Reflito sempre pelo sábio e não duro muito tempo. Uma espécie de absurdo, mas nunca diante do espelho, este fruto degenerado. Posso amar a mim, mas no individual é um sonho. Sonho contigo, mas não existes. Sonho apagado. O que seria para mim este elo de facas. Corta, mata, afasta. O que seria para mim este elo de espelhos. Embute letreiros em um canto. Não sei. Talvez desespero. Quando foi que partiste. Não seria de minha própria autoria. Ritualizando a constelação e depois ir aos bastidores e sempre eternas raparigas. Pois bem, não me ouves. Por tanto tempo andas e agora quem amas?


Quantos cacos se transformam em um inseto?

Quando foi que choraste?


Um choro
Um apito
Furado na garganta
Um grito de menino
Durmo acordo companheiros
Que conduzem o fogareiro


Aumentam chamas e castigos. Pune e atormenta. Pelas idades que se acabam e o corpo que se forma em uma concha, em um casulo.


Meio-torto
Meio-burro
Meio - vivo
Meio-morto

Não me fale mais nada. Sozinho morre e depois nasce pensa em formatos de espelhos que se conduzem por letreiros. Uma concha que se abre e uma faca que se para.


Grita burro
Meio-cego
Meio-surdo

Em um espelho grito fruto, em meu canto vagabundo. Sozinho chora por traz da aurora e que prisioneiro em outro canto se devora. Porque vaga na bebedeira. Reflete inconstante. Mórbido menino, em um espelho que se dobra compassado. Espelho escuro. Decadentes retalhos. Vaga pelas ruas e pelas praças, casas velhas destronadas. Como repete seus atores que distanciam da graça, quem partiu sentindo amargura, agora se deita e não querem ter certeza, muito menos os vagabundos.


Repete a frase ecoada. Grita murmura e fala rápido. Divaga, decompõe tantos hinos e tantas graças. Por ter sido punido, agora escuta melhor que ouvidos. Serviram tanto para barulhos, tanto para castigos.

Mata
Casamata
Asas no vento flutuam. Quando me deito no escuro te escuto. Espelho escuro.
Quando caminhas comigo não sentes e o espelho que agora se escurece fecha minhas pálpebras, percorre lágrimas e forma poças.


                (Autor) Genardo Chaves de Oliveira