domingo, 6 de dezembro de 2009

Passageiro

Trilha pelos passos um caminho iluminado. Cordão serpente veneno do dia. Outra busca momentânea e o cansaço preso repentino. Hoje acordado lamento e amanhã seria um movimento. Posso colaborar repaginando todas as folhas brancas, mas o meu olhar só vê iluminado. Linhas brilhantes. Linhas do acaso.

Voando sempre solitário. A partida da ave e o brilho errante. Na hora do dia mais preciso pontual. Contra o espelho da água, reflete tantas almas e hoje conduzindo. Caminho contrário. Como pode ser tão lindo a beleza da vida. Continuo caminhando pelas nuvens. Sempre voando.

É tão belo tudo isso, mas vejo tudo turvo. Vultos, sombras e fantasmas. Não enxergo. Sou cego. A percepção é minha conduta, percorrendo ruas. Caminhando sem destino. Sempre longas distâncias. Como fazemos para sair desse momento? Inconstante fraquejando. Nascemos no tempo da resistência. Quase um milagre sobreviver e hoje na colheita chegou mais um. Passageiro clandestino. Insiste em querer viver, mesmo fraco, desarmado, desumano... Como pode ser chamado de civilizado o homem?